Assisti ao documentário da Anitta bem atrasada (e assim são as mães de bebês ou sou eu, vai saber) e fiquei presa na fala “eu sei que sobrevivo a tudo” para justificar aquela capacidade feroz e inconsequente de se jogar em novas situações. Achei bonito provavelmente por ser totalmente descolado da minha experiência. Eu já morri vezes demais para achar que sobrevivo a tudo.
A primeira vez foi o primeiro término de um relacionamento longo. Até hoje, toda vez que vejo uma adolescente terminando pela primeira vez na vida, me compadeço. Foram tardes sentada na banheira ao som das músicas mais depressivas com a água do chuveiro escorrenda na nuca e pensando “ok, virarei freira porque essa dor eu não topo sentir nunca mais”, mas em vez de vestir o hábito, passei a ler mais poesias. As palavras de separações ganharam novos contornos. Escrevi muita porcaria, algumas reflexões boas e, com o tempo, reaprendi a me apaixonar, mas nunca mais da mesma forma. Um lembrete bom para as dores profundas é que o primeiro impulso nunca é verdadeiro, mas muitas ações interessantes surgem delas.
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